HULK: UNITED COMEÇOU

AVISO:  TEM SPOILER

Em certos momentos da vida, devido a uma série de fatores torna-se necessário repensar a vida, avaliar o que já foi feito, o que deu certo e o que deu errado e partir de então dar os passos necessários para que a vida siga em frente, mas numa perspectiva melhor. Em The Incredible Hulk 13 o leitor se depara de certa forma com este momento da vida na pessoa de Bruce Banner.

A primeira parte de Hulk: United é muito bem construída, com um roteiro inteligente Jason Aaron prende a atenção do leitor do começo ao fim, com diálogos bem elaborados e com uma temática de retomada de vida ele centra a história em Bruce Banner. 

De cara é revelado um Bruce Banner que sofreu com a cisão com o Hulk, um homem que se sente incompleto sem o Golias Esmeralda. Mas também mostra uma pessoa que recebeu uma segunda chance quando foi reintegrado ao Incrível Hulk.

A referida edição traz vários momentos específicos de conversas de Banner, com um médico cego que cuidou dele, com o Dr. Destino e por meio de um vídeo com o Hulk. Em cada um desses diálogos Bruce vai entendendo que tem um papel importante e que precisa aproveitar a nova chance que tem de viver.

Seja no momento em que fala com o médico da necessidade de se ter um sentido para viver, ou quando vai atrás de Destino para saber o que o motivou a fazer a separação entre ele o Hulk, a fala arrogante e debochada de Victor se contrapõem as palavras impacientes de Banner que descobre que foi manipulado o tempo todo pelo Senhor da Lativéria.

Para acabar com a marra de Destino Banner precisa do Hulk, e a forma que o criador da Bomba Gama se dirige ao Golias Verde é muito interessante, pois a ideia de Jason Aaron é fazer com que os dois se entendam e tornem-se um só. 

O referido roteirista quer mostrar para o mundo um novo Hulk, ou seja, o Hulk é o Banner e o Banner é o Hulk. E não importa em que forma ele esteja, pois se estiverem verdadeiramente unidos, o Hulk/Banner será indestrutível, mas para ele alcançar tal status foi necessário separá-los.

Hulk 13 não é uma história cheia de ação, mas é tão bem construída que isso nem faz falta, a única coisa que é negativa na edição é arte de Jefte Palo. Embora seu traço tenha melhorado para esta edição, isso não quer dizer que os desenhos ficaram bons, para uma narrativa como esta os desenhos de Carlos Pacheco teriam ficado perfeitos, mas nesse caso não se pode ter tudo.