quinta-feira, 19 de julho de 2012

LUTO, DOR, VIDA E DESCOBERTA



Há quem diga que Jeph Loeb tem uma espécie de toque mágico, tudo o que ele toca vira lixo. Logo, seu trabalho não é muito apreciado por um número significativo de fãs da Nona Arte. Entretanto, nem tudo o que Loeb fez é ruim, Hulk Cinza é uma das histórias contadas pelo autor aqui citado que é bem interessante.

Loeb ambienta a história nos primeiros dias de existência do Hulk, porém tudo é mostrado a partir de uma sessão de terapia entre Bruce e Samson. No dia do aniversário de casamento de Betty e Banner, porém a data não pode ser comemorada, pois Betty está morta. 

A partir desse contexto Loeb mostra o dialogo entre os dois mesclando com as imagens do passado de Banner/Hulk. O autor mostra um Hulk ingênuo, tipo uma criança que está começando a descobrir a vida, que não entende muita coisa e é profundamente incompreendido.

Três personagens são de fundamental importância na trama, a saber, Ross, Betty e Rick. Ross é o ódio puro e latente pelo Hulk e do Gigante Cinza por ele. Ross é a obsessão em pessoa, mostrado em alguns momentos como um  lunático.

Rick é o amigo que Bruce ganhou sem querer ganhar, pois o salvou e por causa disso seja o desafio pequeno ou gigantesco, ele está com Banner para o que der e vier.

Betty é o amor, o alento e talvez a pessoa capaz de fazer o Hulk encontrar a paz que tanto deseja, mas na história ela é também ousada, irritante e delicada. A única pessoa capaz de realmente mexer com o coração do Hulk.


Isso é tão forte na história que num determinado momento o Hulk enfrenta o Homem de Ferro (diga-se de passagem dá uma surra em Stark), mas acidentalmente ele fere Betty, quando percebe o que fez ele fica angustiado, procura fazer de tudo para ajuda-la. Ela quer ir embora, mas ele não deixa, Ross chega e eles lutam e o Hulk não mata Ross porque Betty pede para o Gigante Cinza poupar a vida de seu pai. 

Quanto à arte, Tim Sale faz um trabalho muito bacana, seu traço não é convencional e por isso deixou tudo muito bem ilustrado, olhares, rostos de alegria, de angustia, de raiva e tristeza. E páginas duplas muito bem elaboradas. 

Hulk Cinza é uma minissérie em seis partes que fala de luto, da dor da perda de quem gostamos. Da possibilidade de se perder alguém importante e de como às vezes a saudade é dolorosa, por não se poder mais chegar perto de quem amamos.


Mas, também é uma história de reflexão sobre o que temos guardado dentro do coração e de descoberta. Descoberta da vida, pois é isso que o Hulk faz, ele descobre a vida, ele não entende a maioria das coisas, mas vive, procura se encaixar e deixa claro que ele é só diferente e não um monstro.

Desta vez Loeb acertou, por isso aproveite e leia Hulk Cinza e se já leu aproveite para ler de novo.

7 comentários:

  1. Ainda não li, mas gosto da arte desta mini e parece que a história é bastante atrativa

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  2. Eu tenho aqui em casa Hulk Cinza, por causa dele que não acho o JL tão ruim assim, o cara é extremamente comercial, mas nessa mini ele fez algo realmente belo com o personagem e o Tim Sale, ele faz por merecer cada centavo dado no trabalho dele, ouvi dizer que é um dos desenhistas mais caros do mercado...o cara sabe que é bom e que faz toda a diferença num projeto...

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  3. Pra mim o Loeb é muito fraco,mais nessa mini,ele mandou bem
    detestei a fase do Hulk quê ele escreveu junto com o desenhista
    Ed mag(não me lembro agora o sobrenome do cara)
    o Hulk dele parecia um esteróide anabolizante ambulante.
    mas Hulk cinza ficou bacana.

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  4. Ed McGuinness tem um estilo muito cartoon e é bem complicado. O Hulk de Loeb foi assombroso.

    Quando se compara Hulk com Hulk Cinza nem dá para acreditar que foi a mesma pessoa quem escreveu as histórias.

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  5. Bom post João!
    Loeb já acertou muitas vezes, e já fez caca outras tantas. É bastante irregular. Este arco é muito bom, e Tim Sale costuma fazer um bom par com Loeb (The Long Halloween é desta dupla), e como de costume dá uma grande expressividade às personagens de Loeb.
    ;)

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  6. Tim Sale é foda. Agora o Loeb.... bem, todo perna de pau merece ter um dia de craque.

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