QUANDO FICAR FURIOSO NÃO RESOLVE

AVISO: TEM SPOILER

A edição doze da revista The Incredible Hulk conta a conclusão do arco Stay Angry, onde o Hulk tem passado por situações muitas complicadas e  que para se manter vivo o Golias Verde precisa ter uma fúria incessante.

Jason Aaron situa o leitor na referida edição num local chamado Complexo Divino ou se preferirem Complexo de Deus, que na verdade é uma prisão subterrânea totalmente automatizada que abriga criminosos extremamente perigosos.

Banner invade o local por precisar da tecnologia ali existente. Porém Wolverine e o Coisa são chamados para investigarem o que está acontecendo. A partir desse momento Aaron começa a mostrar os dois Vingadores debochando um do outro, proporcionando momentos divertidos, pois o assunto em pauta é “você não pode com o Hulk” e depois “você apanhou mais do que eu”. 

Além disso, o roteirista tem se esforçado por mostrar o mundo a partir dos olhos do Hulk, revelando que o Golias Verde está bastante incomodado com tudo que está acontecendo, enquanto ele divaga em seus pensamentos um pequeno autômato começa a injetar uma substancia no Hulk, provocando então o contexto para que haja ação na história.

Wolverine e o Coisa lutam contra o Hulk e levam uma sova daquelas, é bom mencionar que Hulk só se defendeu, haja vista que eles atacaram o Hulk primeiro. Durante a luta o Hulk percebe que ficar furioso o tempo todo não resolve o seu problema, pois Banner estava usando em seu favor a raiva do Hulk.

No final Aaron manda muito bem, pois o Hulk acorda preso num laboratório diante de um telão que projeta uma gravação deixada por Banner que explica para o Golias Verde que ele juntou o dedo do cachorro mutante, o totem dos atlantes, o ramo de arvore da floresta da estação espacial russa, mais alguma coisa que ele pegou com os pés-grandes e usou a tecnologia do Complexo Divino para misturar tudo e a fúria do Hulk foi o elemento catalisador que criou uma formula que pode fazer com que o Hulk desapareça. Ou seja, ele descobriu a cura para o Hulk. 

A conclusão de Stay Angry ficou bem construída, pois Aaron conseguiu dosar bem ação, suspense e diversão numa única história.   Ele começa a explicar tudo o que esteve planejando não só em Stay Angry, mas também nos arcos anteriores e deixa uma chamada para a próxima edição que provoca no leitor aquela sensação de que “eu quero ler a sequência disso”. 

A edição doze da revista do Hulk mostra que Aaron quando quer consegue produzir roteiros que valem a pena e com o desenhista certo a coisa fica cada vez melhor. Carlos Pacheco manda muito bem nos desenhos, sua arte é constante, com proporção e movimentos bem trabalhados, expressões faciais chamativas e com uma riqueza de detalhes impressionante.

Agora é só esperar para ver como Aaron conduzirá o final da trama que começa na próxima edição.