AVISO: TEM SPOILER
Em Outubro de 2011 o roteirista
Jason Aaron assumiu a revista do Incrível Hulk, com a tarefa de desenvolver o
personagem a partir das consequências do evento A Essência do Medo onde o Hulk
portou um martelo místico e foi possuído pelo espirito de Nul: O destruidor de
mundos.
O primeiro arco escrito por Aaron
foi batizado de Asunder e comportou as três primeiras edições de The Incredible
Hulk. O leitor se depara com um Golias Esmeralda com uma aparência totalmente
diferente do usual, ele tem barba, cabelos longos e uma roupa bem tribal e mora
com os Molóides.
Ali ele tenta encontrar a paz tão
sonhada e descobre nos molóides bons amigos, entretanto essa paz é interrompida
com o surgimento de uma nova personagem, a saber, Amanda Von Doom, líder do Mad
Squad.
Noutro lugar, mais precisamente
numa ilha, encontra-se um Bruce Banner
obcecado em ser o Hulk novamente, mas por mais que ele tente sempre é frustrado.
Doente e ensandecido Banner tem um exército de feras hulkficadas e uma bomba
gama pronta para o uso, caso suas experiências não funcionem.
Banner passa a ser uma ameaça e
Amanda quer a ajuda do Hulk para destruir o cientista, mas o Golias Verde se
recusa a ajudar, porém dois Javalis hulkficados atacam os Molóides e isso
provoca uma luta entre o Hulk e os javalis que se dão muito mal, tal ataque
provoca a ira do Hulk que aceita ajudar Amanda, mas existe uma condição, nas
palavras do Hulk: “Banner é meu”!
Asunder é perfeito tanto em
roteiro como na arte, pois Marc Silvestri faz um trabalho espetacular nos
desenhos. É o típico arco que vale a pena cada quadrinho, empolga o leitor, e
leitor empolgado é também um leitor feliz.
Os acontecimentos das três
primeiras edições gera o segundo arco escrito por Aaron, isto é, Hulk vs
Banner. São três histórias que ocorrem na ilha onde Bruce tem vivido, mas
revelam também como o Golias Verde e Banner foram separados e
quem foi incumbido de tal tarefa.
As histórias são muito bem
contadas e Aaron tece uma costura bem forte entre elas, suspense, sarcasmo e
ação surgem em muitos momentos. A luta entre Banner e o Hulk é fantástica e a
forma como termina também, pois parece que Banner morreu, porém no final do
arco o reflexo de Banner numa poça de
água revela que a coisa não é bem assim, pois é o Hulk quem está olhando para o
chão.
Uma das coisas que causou certa
dificuldade entre leitores foi o fato de Destino ter deixado o Hulk paralisado
após um golpe, porém isso não deve soar estranho, pois Destino abriu a cabeça
do Golias Esmeralda para fazer a separação entre ele e Banner, além do fato do
imperador da Latvéria ser um dos oito homens mais inteligentes do mundo, vale
lembrar que a paralisia dura apenas alguns segundos.
Quem desenhou o arco Hulk vs
Banner foi Whilce Portacio e nem de perto pode-se dizer que a arte do referido
artista é de encher os olhos,
necessariamente ele não prejudicou a narrativa, mas nem por isso merece
elogios.
Em seguida Jason Aaron escreveu
The Incredible Hulk 7.1 história que foi intitulada de Alone (Sozinho). Onde o
Hulk procura paz interior, procura se encontrar após ter matado Banner, mas por
mais que ele tente ainda assim continua
inquieto.
Dois personagens são inseridos na
história para colocar as coisas no lugar, a saber, Mulher – Hulk Vermelha e
Orb. A Vermelha enfrenta o Hulk, quer saber o que aconteceu e acaba mostrando
para o Golias Verde que Banner sempre será o fardo dele, depois disso, eles fazem sexo no meio do fogo e o Hulk fica completamente
relaxado e acaba voltando a ser o Banner.
Mas antes, Orb contempla os olhos
do Hulk e vê loucura numa escala épica e isso deixa o Hulk bastante incomodado,
consequentemente Orb é nocauteado, embora seja um vilão do Motoqueiro Fantasma
Aaron acaba encontrando um propósito para o referido vilão na trama.
A explosão da Bomba Gama na ilha
em que Banner vinha trabalhando uniu os dois novamente, como havia sido
sugerido na edição 7. A história não é excelente, mas também não chega a ser ruim e
cumpre o seu papel que é abrir as portas para Stay Angry.
E é aí que a coisa começa a ficar
complicada, pois a ideia proposta por Jason Aaron é que para sobreviver e se
manter no controle de sua vida o Hulk precisa ficar com uma raiva constante.
Porém todas as vezes que ele se acalma Banner volta e faz alguma coisa que
coloca sua vida em risco e o Hulk tem que resolver a situação, entretanto os
atos de Bruce não são aleatórios, pois existe um plano maior por trás de tudo
que ocorre no presente arco.
A proposta é bem interessante e o
escritor faz questão de mostrar tudo através dos olhos do Hulk, nisso a
perspectiva do Hulk vai ganhando forma, revelando uma forma de aproximação
entre o Gigante Verde e o leitor.
Mesmo isso tudo sendo bacana, na
hora da execução o “caldo entorna”, pois o leitor se depara com histórias
irregulares. Na edição 8 o Hulk está no México e enfrenta um traficante que é
um cachorro que fala. Os únicos pontos positivos na história são a
transformação de Banner no Hulk no começo da edição e um momento em que o
Gigante Verde pede para que o Justiceiro atire em seu rosto para que ele não se
acalme.
Os desenhos de Steve Dillon
ficaram medonhos. O Hulk parece um
jogador de basquete de pele verde, a arte é um show de descaracterização.
Na edição 9 Aaron leva o Hulk
para o fundo do mar, onde ele enfrenta um grupo de Atlantes que vivem isolados
do povo liderado por Namor. A história é muito bem escrita e os desenhos de
Pasqual Ferry ficaram muito bons, pois
ele conseguiu retratar muito bem o ambiente marinho e tirando um canhão que
dispara tubarões o restante é muito bacana e o leitor chega até pensar que a
coisa vai melhorar.
Só que não melhora, do fundo do
mar o Hulk para no espaço, mais precisamente numa esquecida estação espacial
Russa da época da guerra fria. A história em si não chega ser tão ruim, mas é
muito arrastada, evolui pouco, é muita coisa para ser explicada e no final
acaba cansado o leitor que se depara com uma espécie de Terra do Nunca
e uma versão dos Garotos Perdidos.
Banner tem reunido objetos por
onde tem passado que devem ser usados em alguma experiência, a expectativa é
que Jason Aaron consiga terminar bem sua jornada em The Incredible Hulk, mais
precisamente na edição 15 que será publicada em Outubro do corrente ano.
Eu sou fã do Aaron, aqui ele é muito criticado, realmente a revista começou excelente, fora que a arte do Marc Silvestri está madura e incrível, que me desculpe o Hulk o trocadilho. Agora do primeiro pro terceiro arco, que decadência progressiva. O povo da Marvel não gosta de ganhar dinheiro? Acho que por conta da nova revista, houve a mudança de planos...a editora tocou o foda-se...é o que parece. Como quem diz, "vai zerar tudo de novo, mesmo..."
ResponderExcluirQuando foi anunciado que Aaron seria o roteirista do Hulk ano passado eu fiquei feliz da vida, afinal de contas um dos melhores roteiristas da atualidade iria escrever as histórias do Golias Esmeralda.
ExcluirE começou muito bem mesmo, até 7.1, o problema é o arco atual onde ele tem sido muito inconstante e usado elementos que não ajudam a melhorar as histórias.
Tenho esperança que o ultimo arco seja memorável e com isso Stay Angry fique apenas como um equívoco e nada mais.
Não tenho seguido muito do Hulk, como sabes, mas tive a curiosidade de ler online um pouco de Stay Angry, e pareceu-me bastante fraco, e sobretudo com cenas completamente inverosímeis, mesmo para um mundo com super-heróis.
ResponderExcluirE não gosto do Hulk careca...
:P
Abraço
As duas primeiras histórias me pareceram bastante interessantes, mas este último arco, pelo que leio, não vai nada bem.
ResponderExcluirAcho que o ponto mais crítico foi a despencada da arte do Marc pros rabiscos dos demais. Esse ponto deu muita diferença.
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